sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Os neurônios espelhos e a identificação inconsciente

Histórico

Os neurônios espelho foram identificados por Rizzolatti e colaboradores na área pré-motora de macacos Rhesus na década de 90 (Gallese, Fadiga, Fogassi, & Rizzolatti, 1996; Rizzolatti, Fadiga, Gallese, & Fogassi, 1996).


A experiência

Foram colocado eléctrodos no córtex frontal inferior de um mono para estudar os neurônios especializados no controle dos movimentos da mão: pegar objetos o coloca-los encima de algo. Durante cada experimento, registravam a atividade de só um neurônio do cérebro enquanto lhe facilitavam tomar partes de alimento, de modo que pudessem medir as respostas.

Quando um dos cientistas, parado ao lado de uma fruteira, pegou uma banana, observaram que alguns dos neurônios do mono reagiram ativando os mesmos neurônios de suas próprias ações. 

Desde a descoberta dos neurônios espelho nos macacos vários estudos utilizando ferramentas de neuro-imagem tentam localizar e mapear a presença desses neurônios em humanos. Os resultados sugerem que existe um sistema de neurônios espelho (SNE) em humanos distribuídos em várias áreas corticais fronto-parietais.


Como podemos ver na imagem, o córtex é dividido em quatro partes principais: 




Lobo Frontal, Parietal, 


Temporal e Occipital.








Os neorônios espelho foram associados a varias modalidades do comportamento humano: imitação, aprendizado de novas habilidades, leitura da intenção em outros humanos e o possível papel no reconhecimento da lateralidade.

Quando ativados pela observação de uma ação, permitem que o significado da mesma seja compreendido automaticamente e, pode ou não, ser seguida por etapas conscientes que permitem uma compreensão mais abrangente dos eventos através de mecanismos cognitivos mais sofisticados. 

Significa dizer que as pessoas que estão conscientes não se deixarão abalar emocionalmente, enquanto que as inconscientes ativarão mecanismos como a:  empatia, preconceitos e julgamento.

Nesse contexto, preconceitos não está limitado ao sentido pejorativo de pre-conceito racial ou econômico mas, num sentido amplo de conceito pré-programado (crenças e dogmas). 






















O sistema de espelho faz 
precisamente isso, te identifica com o outro.”

Da mesma forma, existem neurônios-espelho que são ativados quando se observa ações relacionadas com a boca, tais como lamber, morder ou mastigar alimentos, portanto, não é só a ação manual que é capaz de ativar os neurônios espelho.

Por exemplo, a imitação. Quando se observa uma ação feita por outra pessoa se codifica em termos visuais, e, então há que fazê-lo em termos motores. Antes não estava claro como se transferia a informação visual em movimento.

Outra questão muito importante é a compreensão - Não só se entende a outra pessoa de forma superficial, sim que se pode compreender até o que pensa.

Além de um estímulo visual explícito como a observação de uma ação, estes neurônios podem também ser ativados por eventos que possuem apenas relação indireta com uma determinada ação:

- À partir de um som habitualmente associado a uma ação, como por exemplo, o barulho da quebra da casca de um amendoim (Kohler et al., 2002), bater de uma porta, toque de um sino, ou no caso de uma pessoa cujo marido quase faleceu de uma enfermidade associada a bebida e anos depois ainda fica com os nervos abalados com o som de uma garrafa sendo aberta. 
  
- Pela dedução implícita da continuidade de uma ação, como, por exemplo, quando alguém observa o movimento de uma mão na direção de um objeto oculto por um anteparo colocado posteriormente à apresentação do objeto ao animal  (miltà et al., 2001). 

A capacidade de dedução é, geralmente, confundida com a intuição. Embora ambas acessem memórias, elas se diferenciam entre si. A dedução acessa memórias pré- condicionadas, ou seja, do passado e a intuição é uma faculdade superior ligada as nossas memórias cósmicas e verdadeiras.

Por isso, as múltiplos pesquisas que foram realizados desde seu descobrimento, indicam que as implicações relativas aos chamados neurônios espelho ou especulares transcendem o campo da neurofisiologia  e permite fazer próprias as ações, sensações e emoções dos demais. 

Isso explica também algumas das características básicas subconsciente quando se refere ao fato de não diferenciar aquilo que chamamos de realidade e da ficção. Por tanto, quando nos emocionamos com filmes, novelas ou livros para o subconsciente é pura realidade e isso se materializará de alguma forma.  

A parte mais importante dos neurônios espelhos é que faz parte de um sistema que reage. O ser humano está concebido para estar em contato, para reagir diante dos outros. Mas, para que o sistema de espelho funcione é necessário que exista, previamente, a informação no cérebro. 

Portanto, ao contrário do que disse o filósofo inglês John Locke sobre a sua teoria da Tábula Rasa, "Quando se nasce, argumentava, a mente é uma página em branco que a experiência vai preenchendo", nós já nascemos com todas as informações registradas em nosso ADN, todas as memórias de nossos ancestrais e da história da humanidade. Por isso, nossas experiências vividas de forma inconsciente, são apenas repetições das histórias dos nossos ancestrais. E nesse contexto repetem-se também os conflitos e as enfermidades.    

Essa é, por tanto, a chave para se compreender, por exemplo, porque vivemos no modo reativo diante das situações pensando que elas acontecem por fatores alheios a nós, criando a ilusão de que não temos nenhuma influência ou controle sobre elas e esperando por qualquer salvador seja ele um santo, um super herói ou algum "irmão evoluído" das confederações galáticas

Em termos de 'programação neuro-linguística', segundo a pesquisa de Sérgio Pop, as palavras VÊ e FÉ, tem o mesmo significado  e nos induz a ter fé somente naquilo que vemos. Mas, se a visão está conectada com o hemisfério racional, ligado as crenças e aos dogmas, podemos concluir que vemos e temos fé em ilusões.   

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